Mundanças no tratamento e diagnóstico oncológico em tempos de Covid-19

06 de abril, 2021 em Notícias

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A pandemia da Covid-19, configurou- se como um grande desafio de saúde, tanto devido à gravidade do alto contágio da doença, quanto pelo aumento das dificuldades de prevenção e tratamento de outras enfermidades como o câncer durante o isolamento social.


Estima-se que haverá um aumento no número de casos após o término da pandemia, pois muitas pessoas deixaram de realizar exames de prevenção e rastreio, fundamentais para o diagnóstico precoce.

“Com a pandemia as pessoas tendem a não sair de casa para procurar um médico mesmo quando identificam um nódulo na mama, sentem uma alteração intestinal ou têm um sangramento vaginal que são sintomas que podem indicar tumores. Isso, com certeza, vai retardar o diagnóstico e início do tratamento”, explica a oncologista, Fernanda Navarro.

Além disso, o isolamento social tem provocado a piora nos hábitos de vida. As pessoas estão mais sedentárias e algumas passaram a consumir mais álcool e tabaco, ampliando o risco para diversas doenças, entre elas o câncer.

“A gente não sabe quanto tempo isso vai durar e as pessoas estão mais ansiosas, sedentárias, bebendo e fumando. Isso vai aumentar a carga acumulada de álcool e tabaco ao longo da vida, o que impacta no desenvolvimento de tumores”, conta Dra. Fernanda.

Os pacientes em tratamento também tiveram que adotar mudanças em sua rotina e precisaram de apoio para não suspender a terapia. O Instituto de  Oncologia do Vale adaptou toda a rotina para continuar cuidando dos pacientes que não podiam interromper seus tratamentos e dos colaboradores que precisavam continuar trabalhando.

Desde o início da pandemia, todos os pacientes são recepcionados na porta da clínica por uma enfermeira que mede a temperatura, orienta a higienização das mãos com álcool gel e aplica um questionário sobre a presença de sintomas da Covid-19. No interior das clínicas foram delimitados espaços específicos para pacientes dentro dos consultórios e recepção, de modo que haja uma distância segura entre todos.  A rotina de higienização continua intensa para que que todas as superfícies que possam estar em contato com os pacientes sejam constantemente higienizadas.

Os pacientes contam também com o apoio e orientação da equipe do Cuidado Coordenado IOV e da equipe de Recepção, que na véspera ou no dia dos atendimentos agendados, entram em contato para verificar seu estado geral de saúde. Caso o paciente apresente tosse, coriza, espirros, febre ou falta de ar, ele tem o atendimento reagendado e é orientado a, em caso de falta de ar ou fadiga, buscar ajuda no pronto atendimento.

Os horários de consultas também foram espaçados para evitar a concentração de muitas pessoas. Alguns atendimentos estão sendo feitos por teleconferência evitando assim que os pacientes precisem sair de casa.

Os colaboradores das unidades também têm sido testados para Covid-19 periodicamente para garantir um ambiente livre do vírus e a segurança dos pacientes.