Saiba quais são e como tratar as manifestações bucais provocadas pela quimioterapia e radioterapia

04 de agosto, 2020 em Notícias

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Durante o tratamento quimioterápico ou radioterápico o paciente pode ter algumas manifestações bucais como mucosite, xerostomia, candidíase, perda do paladar e alterações ósseas na arcada dentária.

 

1.    Mucosite é a mais comum, e pode se manifestar com vermelhidão da mucosa (parte interna da boca) e sensibilidade (descrito, na maioria das vezes, como se a pessoa tivesse ingerido uma bebida quente), com ou sem aftas (pequenas úlceras dolorosas). Dependendo do caso, os sintomas podem ser leves ou até levar à necessidade de internação por incapacidade de se hidratar por via oral, normalmente, por conta da dor.

2.   Xerostomia (redução da saliva) ocorre geralmente durante a radioterapia na região do pescoço ou face. O principal sintoma é a boca seca, que pode levar a dificuldade de se alimentar.

3.    A Candidíase oral é semelhante ao “sapinho” que afeta crianças pequenas. Surgem placas brancas no interior da boca e podem causar alteração no paladar.

4.     A perda do paladar pode ocorrer durante o uso de algumas quimioterapias.

5. Alterações ósseas na arcada dentária é geralmente associada a uma classe de medicamentos não quimioterápicos, mas de uso muito comum no tratamento de metástases ósseas, os bifosfonados.

 

O que pode causar essas manifestações?

Essas manifestações são efeitos colaterais da quimioterapia ou radioterapia e podem ocorrer por agressão direta da radioterapia tanto na mucosa quanto nas glândulas salivares, ou por consequência da ação da quimioterapia que atinge tanto as células tumorais quanto as sadias, principalmente, as que se renovam com frequência, como as das mucosas.

A candidíase oral acontece quando a imunidade do paciente está baixa e, geralmente, está associada à quimioterapia. Já a alteração do paladar, pode ser uma consequência de todos esses fatores citados (mucosite, candidíase, xerostomia) ou por alteração das terminações nervosas da língua, que pode ser causada por alguns quimioterápicos.

 

Como prevenir

A melhor forma de prevenir é manter uma alimentação saudável, boa hidratação e, principalmente, boa higiene e saúde bucal. É importante tratar as periodontites previamente ao tratamento oncológico, manter a limpeza dentária em dia, evitar enxaguantes bucais com álcool, e em alguns casos indica-se a troca do creme dental e da escova para mucosa mais sensível. Além disso, em alguns tratamentos específicos, há indicação de laserterapia preventiva – recomendada pelo médico antes do início do tratamento.

 

Como tratar

Em alguns casos, é recomendado o uso de medicações para controle dos sintomas, analgésicos nos casos de dor, anestésicos locais, adaptação da dieta, adaptação da escova e creme dental, e uso de bochechos orientado conforme cada caso.

Em casos mais graves a laserterapia também é usada (não só preventiva, mas também no tratamento). Pode ser necessário, inclusive, ajuste da dose do tratamento ou até pausa.

E em casos extremos pode ser necessário internação para uso de medicamentos endovenosos. Lembre-se de comunicar seu médico imediatamente quando começar a sentir qualquer um dos sintomas.